quinta-feira, 28 de julho de 2011

Herzog e Ustra: por que as ações são diferentes



   Luiz Paulo Rouanet me pede, no facebook,  para esclarecer por que no caso do Herzog a ação foi movida contra a União e no caso do Ustra contra a pessoa física. 





   É uma faculdade da parte, a depender da estratégia e dos fins visados pelo autor da ação e por contingências, provas que podem ou não ser produzidas, viabilidade de sucesso, etc. 





   Há uma regra de que a pessoa jurídica responde pelos atos de seus  agentes. Em geral, no caso de danos, prefere-se esse caminho porque a pessoa jurídica é sempre mais sólida economicamente e a garantia de receber a indenização é maior (sendo pessoa jurídica de direito púbico, não fica insolvente). Mas nada impede que seja movida diretamente contra a pessoa física.





   Deve-se notar ainda que a  ação contra a União no caso do Herzog foi meramente declaratória. Não se pedia condenação em dinheiro, apenas a declaração de que Herzog morrera sob  a responsabilidade e  guarda de agentes da União  e nas suas dependências, depois de ser torturado e sofrer maus tratos. Clarice Herzog não quis que ela tivesse caráter pecuniário. Esta circunstância também explica a diferença entre os processos, já que a Clarice Herzog estava apenas buscando efeitos morais  de uma declaração do Judiciário. Por isto fazia sentido propor contra a União.

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